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terça-feira, 16 de abril de 2013

"O desaparecimento do elefante" fica em cartaz até dia 5 em São Paulo

Caco e Fernanda em "O desaparecimento do elefante" 

Dica do
Guia a quem for de São Paulo: até o dia 5 está em cartaz O desaparecimento do elefante no Sesc Pinheiros (Rua Paes Leme, 195). A peça é uma adaptação de cinco contos do livro The Elephant Vanishes, escrito por Haruki Murakami, um dos maiores autores japoneses contemporâneos.

Elenco conta com Maria Luisa Mendonça, Marjorie Estiano, Fernanda de Freitas, Clarissa Kiste, Caco Ciocler, Rafael Primot, André Frateschi, Kiko Mascarenhas e Rodrigo Costa.

No espetáculo, uma mistura de sensações e sentimentos - medo, delírios, alegrias, insatisfações - mexe com a aura das personagens. Ancoradas no humor e no drama, as histórias revelam os anseios do homem em uma sociedade predominantemente hedonista. Nesse contexto, rir da tragédia torna-se a única solução.

Efeitos visuais compõem o cenário - uma marca do teatro contemporâneo, que ajuda a criar a atmosfera conceitual do espetáculo.

A direção é de Monique Gardenberg e Michele Matalon, cenário de Daniela Thomas, iluminação de Maneco Quinderé e figurino de Claudia Kopke.

Duração 110 minutos. Às sextas, 21h; sábados, 20h, e domingos, 18h. Não recomendado para menores de 12 anos.

Entrada: R$ 32 (inteira), R$ 16 (usuários do Sesc, professores e estudantes com carteirinha), R$ 8 (comerciários).

À venda na bilheteria das unidades Sesc.


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Imagem: gaveafilmes.com.br

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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Os fantasmas de Margaret Thatcher

Maryl Streep (Margaret Thatcher) em "A dama de ferro"

Na manhã do último dia 8 o mundo acordou com a notícia da morte da primeira-ministra britânica
Margaret Thatcher, aos 87 anos, causada por um AVC. Conhecida como dama de ferro, por sua atuação rígida e por vezes inflexível, ela foi a primeira mulher a conduzir o parlamento britânico.

Daí o título do filme - bem como do livro sobre sua vida -, A dama de ferro (2011) que rendeu à Maryl Streep (Margaret Thatcher) o oscar de Melhor Atriz em 2012. A produção está em cartaz no 39º Festival Sesc Melhores Filmes, que acontece até o dia 25 em São Paulo e mais 18 cidades paulistas. (Consulte os locais e a programação: http://melhoresfilmes.sescsp.org.br/programacao)

Gostaria de destacar o brilhante roteiro do filme, assinado por Abi Morgan - lembrando que Thatcher estava viva quando a produção foi escrita e filmada. Sem delonga, a trajetória da primeira-ministra britânica é permeada por fantasmas que rondam os seus pensamentos na última fase da vida. 

Não há linearidade. O que há é uma história plausível e coerente de como Thatcher chegou a um parlamento antes dominado por homens. No entanto, já idosa e destituída do cargo político mais ambicionado do Reino Unido, a senhora primeira-ministra se vê refém de um passado majestoso.

Sua vida, agora, está limitada às fronteiras da própria residência. Não há marido nem filho, já falecidos. Restam-lhe a memória do que foi ou do que poderia ter sido. Nesse tom, flashes revelam quem foi e como surgiu a dama de ferro

Logo no início do filme, um jantar entre figuras britânicas importantes a faz lembrar do embaraço por qual teria passado não fosse o marido, Denis Thatcher (Jim Broadbent), orientá-la no uso adequado dos talheres. Formada pela renomada Universidade de Oxford, mas filha de quitandeiro, a primeira-ministra, em sua juventude, não era habituada a sofisticações.

Em outro momento, mais derradeiro, uma miniatura de soldados localizada em seu aposento traz à memória a guerra para a retomada das Ilhas Malvinas, no Atlântico Sul, que deixou mortos 300 soldados britânicos - talvez, o triunfo mais aclamado da parlamentar.

Da vida familiar, não há muito o que recordar. A política tomara todo o tempo de Thatcher, que passava as madrugadas a escrever discursos aos eleitores. Seu olhar feminino sobre a administração pública, mais irritava que agradava aos seus colegas de partido, pressionados pelas manifestações nas ruas e pelo setor privado. Não obstante a crise econômica-industrial por qual passava a nação britânica, avaliava a política monetária pelo preço do leite ou da manteiga. 

Obstinada, a primeira-ministra dizia que a ela interessava tão-somente a felicidade e a prosperidade dos britânicos. Nesse espírito, conduziu o Reino Unido com mão de ferro por mais de 11 anos.

Veja o trailer:



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Imagem: http://on.fb.me/123xRJA 

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