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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Cinquentões, Sansão e Mônica são tema de mostra em SP

Exposição está no Memorial da América Latina (foto: RM)

A última vez que fui ao Salão de Atos do Memorial da América Latina, em São Paulo, foi em fevereiro do ano passado para ver os gigantes Guerra e Paz, de Candido Portinari. A fila para visitar os painéis cheios de simbolismos era imensa.

Hoje retornei ao local. Mais por curiosidade do que pela expectativa de apreciar a Arte - e me encantar por ela -, diga-se de passagem. Fui ver Sansão também faz 50 anos, exposição que comemora o cinquentenário da Mônica, personagem dos quadrinhos criada por Mauricio de Sousa.

Para homenagear a dentuça, gorducha e baixinha invocada da
Turma da Mônica, mais de 50 caricaturistas retrataram o coelho Sansão em situações divertidas e inusitadas.

Na caricatura de Fernandes, por exemplo, o coelho foi parar no colo da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci.

Caricatura de "Samis" (foto: RM)

E que tal a versão da caricaturista Viviane Yamabuchi para a obra de E. L. James sob o título 50 tons de azul (fofinho)Ok, você nunca quis ser uma Anastasia nem está à procura de um Christian GreyEntão, talvez prefira a caricatura de Maicon Ronald, em que Sansão aparece na versão pirata

O coelho azul que, em 1963 (ano de seu nascimento), era amarelo!, pode ser ainda mascote da Copa e ter o "nó" de suas orelhas imitado pelo craque Neymar, como na caricatura de Samuel Rocha - por que não?

Por falar nisso, Sansão aparece em diversas situações engraçadas da exposição com nós nas orelhas, das quais Mônica se vale para lançar o coelho em quem atravessa o caminho dela - no Cebolinha, principalmente. Coisa de artista... 

Para os adultos, a mostra pode servir de pretexto para dar uma pausa na rotina. Para as crianças, é uma oportunidade para soltar ainda mais a imaginação.

Serviço:
Sansão também faz 50 anos
Terça a domingo, das 9h às 18h
até 21 de abril
Salão dos Atos - Memorial da América Latina
próximo metrô Barra Funda
Gratuita
Estacionamento: R$ 5 (portão 4)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Oscar 2013: confira os filmes e astros que levaram a estatueta

Elenco de "Argo", vencedor na categoria Melhor Filme

Argo venceu o Oscar 2013 na categoria Melhor Filme. Levou ainda a estatueta de Melhor Roteiro AdaptadoMelhor Edição. Teve sete indicações.

Lincoln, com uma dúzia de indicações, levou apenas duas estatuetas: a de Melhor Ator (Daniel Day-Lewis, visivelmente emocionado) e Melhor Direção de Arte

Com 11 indicações, As aventuras de Pi é o campeão de estatuetas na 85ª edição do Oscar. Levou quatro. Aplaudidíssimo, Ang Lee recebeu o prêmio de Melhor Diretor

Mas o filme conquistou a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood principalmente por sua deslumbrante Fotografia e seus Efeitos Visuais. De quebra, levou também o prêmio de Melhor Trilha Sonora Original.   

A festa do Oscar foi assim, equilibrada. Sem favoritismos - nem Argo nem Lincoln (As aventuras de Pi, talvez).

Jennifer Lawrence tropeçou no Dior, mas garantiu a O lado bom da vida sua única estatueta: é dela o prêmio de Melhor Atriz 

Já quem levou a melhor na categoria Ator Coadjuvante foi Christoph Waltz  (Django Livre). A Django Livre foi concedido também o prêmio de Melhor Roteiro Original

Franca favorita, Anne Hathaway (Os Miseráveis) foi a Melhor Atriz Coadjuvante e o queridíssimo Amor (Michael Haneke) levou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.     

Nada de surpresas, igualmente, na categoria Melhor Canção Original. Quem levou a estatueta foi 007 - Operação Skyfall com a envolvente Skyfall (Adele e Paul Epworth).

Na festa dos astros, é o público quem tem a comemorar.

Confiram abaixo a lista completa dos vencedores:  

***
Melhor Filme
"Argo"

Concorreu com:
"Indomável Sonhadora" ("Beasts of the Southern Wild")
"O Lado Bom da Vida" ("Silver Linings Playbook")
"A Hora Mais Escura" ("Zero Dark Thirty")
"Lincoln"
"Os Miseráveis" ("Les Misérables")
"As Aventuras de Pi" ("Life of Pi")
"Amor" ("Amour")
"Django Livre" ("Django Unchained")

Melhor Diretor
Ang Lee - "As Aventuras de Pi" ("Life of Pi")

Concorreu com:
David O. Russell  - "O Lado Bom da Vida" ("Silver Linings Playbook")
Steven Spielberg - "Lincoln"
Michael Haneke - "Amor" ("Amour")
Benh Zeitlin - "Indomável Sonhadora" ("Beasts of the Southern Wild")

Melhor Ator
Daniel Day-Lewis - "Lincoln"

Concorreu com:
Denzel Washington "Voo" ("Flight")
Hugh Jackman - "Os Miseráveis" ("Les Misérables")
Bradley Cooper - "O Lado Bom da Vida" ("Silver Linings Playbook")
Joaquin Phoenix - "O Mestre" ("The Master")

Melhor Atriz
Jennifer Lawrence  - "O Lado Bom da Vida" ("Silver Linings Playbook")

Concorreu com:
Naomi Watts  - "O Impossível" ("The Impossible")
Jessica Chastain  - "A Hora Mais Escura" ("Zero Dark Thirty")
Emmanuelle Riva  - "Amor" ("Amour")
Quvenzhané Wallis - "Indomável Sonhadora" ("Beasts of the Southern Wild")

Melhor Ator Coadjuvante
Christoph Waltz  - "Django Livre" ("Django Unchained")

Concorreu com:
Philip Seymour-Hoffman  - "O Mestre" ("The Master")
Robert De Niro - "O Lado Bom da Vida" ("Silver Linings Playbook")
Alan Arkin  - "Argo"
Tommy Lee Jones - "Lincoln"

Melhor Atriz Coadjuvante
Anne Hathaway - "Os Miseráveis" ("Les Misérables")

Concorreu com:
Sally Field - "Lincoln"
Jacki Weaver - "O Lado Bom da Vida" ("Silver Linings Playbook")
Helen Hunt - "The Sessions"
Amy Adams - "O Mestre" ("The Master")

Melhor Roteiro Original
"Django Livre" ("Django Unchained")

Concorreu com:
"Voo" ("Flight")
"A Hora Mais Escura" ("Zero Dark Thirty")
“Amor” ("Amour")
"Moonrise Kingdom"

Melhor Roteiro Adaptado
"Argo"

Concorreu com:
"Indomável Sonhadora" ("Beasts of the Southern Wild")
"Lincoln"
"O Lado Bom da Vida" ("Silver Linings Playbook")
"As aventuras de Pi" ("Life of Pi")

Melhor Longa-Metragem de Animação
"Valente"

Concorreu com:
"Frankenweenie"
"Piratas Pirados!"
"Detona Ralph"
"ParaNorman"

Melhor Fotografia
"As Aventuras de Pi" ("Life of Pi")

Concorreu com:
"Anna Karenina"
"Django Livre" ("Django Unchained")
"Lincoln"
"007 - Operação Skyfall" ("Skyfall")


Melhor Direção de Arte
"Lincoln"

Concorreu com:
"Anna Karenina"
"O Hobbit: Uma Jornada Inesperada" ("The Hobbit: An Unexpected Journey")
"Os Miseráveis" ("Les Misérables")
" As Aventuras de Pi" ("Life of Pi")

Melhor Figurino
"Anna Karenina"

Concorreu com:
"Os Miseráveis" ("Les Misérables")
"Lincoln"
"Espelho, Espelho Meu" ("Mirror Mirror")
"Branca de Neve e o Caçador" ("Snow White and the Huntsman")

Melhor Documentário
"Searching for Sugar Man"

Concorreu com:
"5 Broken Cameras"
"The Gatekeepers"
"How to Survive a Plague"
"The Invisible War"

Melhor Documentário Curta-Metragem
"Inocente"

Concorreu com:
"Kings Point"
"Mondays at Racine"
"Open Heart"
"Redemption"

Melhor Edição
"Argo"

Concorreu com:
"As Aventuras de Pi" ("Life of Pi")
"Lincoln"
"O Lado Bom da Vida" ("Silver Linings Playbook")
"A Hora Mais Escura" ("Zero Dark Thirty")

Melhor Filme Estrangeiro
"Amor" (Áustria)

Concorreu com:
"No" (Chile)
"War Witch" (Canadá)
"O Amante da Rainha" (Dinamarca)
"Kon-tiki" (Noruega)

Melhor Trilha Sonora Original
"As Aventuras de Pi" ("Life of Pi")

Concorreu com:
"Anna Karenina"
"Argo"
"Lincoln"
"007 - Operação Skyfall" ("Skyfall")

Melhor Canção Original
"Skyfall" ("007 - Operação Skyfall") – música e letra de Adele e Paul Epworth

Concorreu com:
"Before My Time" ("Chasing Ice") – música e letra de J. Ralph
"Pi's Lullaby" ("As Aventuras de Pi") – Mychael Danna (música) e Bombay Jayashri (letra)
"Suddenly" ("Os Miseráveis") – Claude-Michel Schönberg (música), Herbert Kretzmer (letra) e Alain Boublil (letra)
"Everybody Needs a Best Friend" ("Ted") – Walter Murphy (música) e Seth MacFarlane (letra)

Melhor Curta-Metragem
"Curfew"

Concorreu com:
"Asad"
"Buzkashi Boys"
"Death of a Shadow (Dood van een Schaduw)"
"Henry"

Melhor Curta-Metragem de Animação
"Paperman"

Concorreu com:
"Adam and Dog"
"Fresh Guacamole"
"Head over Heels"
"Maggie Simpson in 'The Longest Daycare'"

Melhor Edição de Som
"A Hora Mais Escura ("Zero Dark Thirty")
"007 - Operação Skyfall"("Skyfall")

Concorreram com:
"Argo"
"Django Livre" ("Django Unchained")
"As Aventuras de Pi" ("Life of Pi")

Melhor Maquiagem
"Os Miseráveis" ("Les Misérables")

Concorreu com:
"Hitchcock"
"O Hobbit: Uma Jornada Inesperada" ("The Hobbit: An Unexpected Journey")

Melhor Mixagem de Som
"Os Miseráveis" ("Les Misérables")

Concorreu com:
"Argo"
"As Aventuras de Pi" ("Life of Pi")
"Lincoln"
"007 - Operação Skyfall"("Skyfall")

Melhores Efeitos Visuais
"As Aventuras de Pi" ("Life of Pi")

Concorreu com: 
"O Hobbit: Uma Jornada Inesperada" ("The Hobbit: An Unexpected Journey")
"Os Vingadores" ("Marvel's The Avengers")
"Prometheus"
"Branca de Neve e o Caçador" ("Snow White and the Huntsman")


***

Imagem: http://on.fb.me/Xvs3Xy

Leia também:
Na saúde e na doença, Amor

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

7 dicas de como usar seu maxicolar

"Maxis" continuam em alta no verão 2013 (foto: corbis.com) 


KARINA DOMINGUES*

Tendência forte no verão 2013, os maxicolares invadiram as passarelas e as ruas. Na balada, no shopping ou no barzinho dificilmente vocês encontrarão alguém sem um maxi.

Como não poderia ser diferente, os maxicolares fazem sucesso também entre famosas e blogueiras. Confesso que sou a-pai-xo-na-da! - tenho vários modelos, para todas as ocasiões.

Para vocês, leitoras do Guia, darei algumas dicas de como utilizar seu maxicolar de forma harmônica, sem exagero. Se usado adequadamente, fica super elegante, fashion e dá um ar moderníssimo no look.

p.s.: São dicas super legais para vocês acertarem na hora da produção. Aproveitem as super ideias de como usar seu maxicolar - e arrasem!

1. Usar o maxicolar com um pretinho básico valoriza o look. Além disso, combina com todas as cores e formas!

2. Para chamar ainda mais a atenção para seus maxicolares, a dica é usar o cabelo preso.
3. Escolham acessórios discretos para harmonizar com seu maxi. Assim, vocês destacam o maxicolar sem exagerar no look.
Maxicolar no trabalho pode! (foto: corbis.com)
4. No trabalho, para fugir da monotonia dos looks corporativos, a dica é combinar o maxicolar com camisas lisas ou brancas e, até mesmo, com os vestidos básicos. Dá um super destaque!
5. Essa é para as adeptas ao estilo retrô: querem dar uma modernizada no look sem perder a essência do vintage? Então, utilizem um maxicolar para inovar na produção. Super tendência!
6. Na dúvida do que colocar com short e blusinha? Um maxicolar muda todo o look, tornando-o hi-lo. ;-)
7. Para as mais ousadas, usem os “maxis” longos e poderosos. Seu look ficará ma-ra-vi-lho-so! (= de arrasar). Garanto.
Se vocês optarem por uma blusa ou um vestido com muito brilho ou por uma estampa mais elaborada, guardem o maxi para outra ocasião. Fica exagerado e deselegante.
Gostaram das dicas? Inspirem-se e arrasem nos maxicolares, meninas!
***

*Karina Domingues, 27 anos, é daquelas jornalistas que sabem de tudo um pouco: política, economia, esportes... É a-pai-xo-na-da por Moda.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Na saúde e na doença, Amor

Georges (Jean Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva)

DILVO RODRIGUES*

Causou estranheza a Hollywood o anúncio do diretor austríaco Michael Haneke ao revelar que iria produzir um filme sobre um dos sentimentos humanos mais nobres. Não se imaginava, é provável, que Amor (Amour, 2012) viria a concorrer às estatuetas do Oscar 2013 em cinco categorias (Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz, Melhor Roteiro Original, Melhor Filme de Língua Estrangeira). 

Pois bem, Amor não é apenas mais uma história de amor. Aos que ainda não viram o filme, explico: o drama, uma coautoria entre França, Alemanha e Áustria, conta a história de Georges e Anne, um casal de aposentados, que vivem a dura fase da decadência do corpo e da mente, ao mesmo tempo em que o som dos sinos titilantes daquele amor de juventude parece distante, quase inaudível. 

Anne, personagem interpretada magnificamente pela atriz francesa Emmanuelle Riva, foi professora de música clássica, mas ainda é apaixonada pela arte. Paixão compartilhada pelo marido, Georges, interpretado pelo também francês Jean Louis Trintignant. Eles vivem de forma tranquila em um espaçoso apartamento na bela Paris. A rotina de Georges e Anne, entretanto, é totalmente alterada quando a ex-professora sofre um derrame. Georges assume então a via crucis dos cuidados médicos para com a esposa.

 

Vários filmes sobre velhice já foram feitos, outros inúmeros sobre amor. Mas, tratar dos dois assuntos de maneira tão direta não é algo costumeiro nas telonas. E, aqui, arrisco a colocar no mesmo balaio tanto o mainstream hollywoodiano como o cinema independente, autoral, underground etc. 

A questão é que Haneke escolhe outros caminhos de narrativa e de linguagem cinematográfica. Lança mão de planos longos, que dão um ritmo bastante peculiar à sequência - o que pode provocar certa impaciência aos menos adaptados ao cinema conceitual (vide A Árvore da Vida, 2011), já que a chegada do momento derradeiro de Anne é demorado, sofrido. A câmera é fixa e mantém certo distanciamento dos personagens dentro da cena. Há acontecimentos que ocorrem fora do ângulo de visão da câmera. Os personagens se perdem em diálogos que são secundários à trama. Posso dizer que todas essas "escolhas" foram felizes, já que, com o filme, Haneke faturou sua segunda Palma de Ouro no último Festival de Cannes.
 
Mas, convenhamos, grande parte da atmosfera reflexiva, trágica, depressiva de
Amor está sobre os ombros dos atores. Eles dão, de sobra, conta do recado. Na pele de Anne, Emmanuelle Riva transmite a cada espasmo uma discordância com seu trágico destino. Era como se dissesse a Georges: “Prefiro morrer a continuar assim.” Sem dúvida que essa mensagem era recorrente nos pensamentos dele, desencadeando questões como: “Eu a amo tanto, como posso suportar o seu sofrimento?”. Talvez, seja uma questão como essa a causa do clímax, fazendo com que até um dos sentimentos mais nobres da natureza humana assuma no filme uma faceta cruel. Mas ainda assim, é amor.

Ficha: Amor (Amour)> Drama, Áustria/França/Alemanha, 2012. Duração: 127 minutos. 


*** 

Imagem: http://on.fb.me/VnCMSY 

*Dilvo Rodrigues, 28 anos, é um jornalista mineiro que estuda Cinema e vive em Curitiba. Quando uma boa comida e cachaça não ocupam seu paladar, lê sobre Filosofia, toca violão ou fica admirando as obras pós-impressionistas de Van Gogh.